Modelo físico-matematico da dinâmica do coronavírus no Brasil?

Foi pouco antes do Natal, por volta do 31 de dezembro de 2019 que os chineses anunciaram o surto epidêmico de um novo coronavírus (COVID-19) na cidade de Wuhan.  No dia de hoje, em 21 de março de 2020, mais de 303.000 infecções foram confirmadas e abrange praticamente todos os lugares do mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o COVID-19 é classificado como uma pandemia em 2020. A dinâmica do vírus é bastante agressiva e o mesmo se espalha rapidamente.  No primeiro mês, para se ter uma ideia, o número de infecções confirmadas aumentou mais de 1.000.000%. Se a doença continuasse a se espalhar num ritmo assim, toda a população global estaria infectada antes de abril. 

A modelização matemática e a previsão da dinâmica de infeção do COVID-19 no Brasil e no Mundo.

José-Dias do Nascimento & Wladmir Lira

 Para a sorte ou não,  da população global, não é assim que as doenças realmente se espalham e por isso mesmo a modelização matemática é necessária e precisa levar em conta populações diferentes que  possuem dinâmicas próprias e muitas dependem especificamente de cada vírus, além de aspectos regionais,  geográficos, culturais  de um determinado lugar.  No caso do COVID-19, 90% das infecções confirmadas nos primeiros meses estavam restritas a quatro países: China (67%), Itália (9%), Irã (7%) e Coréia do Sul (7%). No entanto, esses números mudam diariamente e por exemplo a China, tem sua própria distribuição de casos em função do tempo, e este é um aspecto matematicamente relevante para se planejar diante da gravidade da situação. A matemática das equações diferenciais que descrevem populações Inter atuantes tem um papel fundamental nisso. 




      Neste combate, a OMS, assim como os centros de controle e prevenção de doenças de diversos governos espalhados pelo mundo usam os dados dos países já contaminados para entender a dinâmica de disseminação do vírus. O modelo fundamental é bem simples e uma funcionando pode-se adicionar aos dados alguns filtros para, por exemplo, fazer projeções dos números de respiradores, leitos ou vacinas que possam ser produzidas e para saber o momento certo de que cada uma das ações devem ser impostas pelo governo `a população, de forma a diminuir a taxa de infeção.  A modelagem matemática de doenças infecciosas é dessa forma uma parte essencial do esforço operacional de controle da epidemia. Um modelo de doença bem projetado pode ajudar a prever o curso provável de uma epidemia e revelar as estratégias corretas e mais eficientes e realistas para minimizar danos para a sociedade. 



O Modelo SIR Lyra & do Nascimento (2020) e as taxas de disseminação do COVID-19 no Brasil


Um modelo dinâmico bastante utilizado em estudos de infectologia matemática é o modelo SIR. O modelo SIR é um dos modelos compartimentais dos mais simples que existem. Muitos modelos são derivações dessa forma básica, no qual o núcleo matemático é muito bem estabelecido.  O modelo consiste em três compartimentos: S para o número de suscetíveis, I para o número de infectados e R para o número de indivíduos recuperados (ou imunes). Este é um modelo é razoavelmente preditivo para doenças infecciosas transmitidas de humano para humano e onde a recuperação apresenta alguma resistência duradoura, como por exemplo sarampo, caxumba e rubéola. Nas hipóteses das simulação espaciais do modelo SIR, temos que cada célula (ou nó)  pode infectar seus oito vizinhos imediatos e desta forma as variáveis ​​(S, I e R) representam o número de pessoas em cada compartimento em um determinado momento da linha evolutiva da doença.

Para melhor descrever que o número de indivíduos suscetíveis, infectados e recuperados pode variar ao longo do tempo (mesmo que o tamanho total da população permaneça constante), tornamos os números precisos como sendo uma função de t (tempo). Sendo assim as variáveis S(t), I(t) e R(t) descrevem para uma doença específica como o COVID-19 em  uma população, essas funções podem ser elaboradas para prever possíveis surtos e controlá-los. Assim como estimar números de leitos ou respiradores artificiais.  Na Figura 1, a simulação realizada com os modelos SIR superpostos com as distribuições reais ajudam a entender  e  prever novos casos, e casos futuros, assim como aqueles  confirmados diariamente para os sistemas Coreia do Sul e Itália.   Para maiores detalhes, ver o artigo Lyra & do Nascimento (2020, in preparation), assim como os links abaixo.













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