Estranhas absorções no ultravioleta.


Astrônomos da UFRN e do Hubble Space Telescope revelam comportamento inesperados no espectro de estrelas Gigantes

O Fim do Mundo. Estrelas gigantes vermelhas podem expandir o suficiente para engolir seus planetas. Impressão artística  mostrando  um  mundo  do tipo Júpiter condenado a queimar  a medida  que sua estrela  cresce  rapidamente. (Figura da NASA)

Cientistas do Departamento de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte juntamente com colaboradores do instituto Hubble Space Telescope Science, em Baltimore, USA descobriram um comportamento inesperado nas linhas espectrais do ultravioleta próximo de estrelas gigantes vermelhas.

Motivado pelo desejo de medir a abundância dos elementos leves como o berílio em estrelas gigantes, que são o futuro do nosso Sol, os pesquisadores construíram uma nova lista de linhas espectrais observáveis e necessárias para sintetizar o comportamento observado na região do ultravioleta próximo.  
 
Espectro observado da estrela  Arcturus (linha tracejada, parcela superior) e Pollux (linha tracejada, parcela inferior) em comparação com espectros sintéticos gerados com três listas de linhas diferentes. Calberg et al. (2018).
The Astrophysical Journal, 2018 September 20
Usando dados do Sol, da estrela Arcturus e Pollux como referências e observadas no telescópio Subaru de 8.2m, um dos maiores do mundo e localizado no topo do vulcão Mauna Kea, Havaí, os cientistas exploraram fontes potenciais de falta de opacidade no continuum do espectro e comportamentos “estranhos”  na absorção de linhas no ultravioleta.  Os autores concluíram que as estrelas gigantes vermelhas exigem a adição de uma linha de origem ainda desconhecida pelos cientistas na parte azul do espectro e próximo ao comprimento de onda do Be3131 A.  A inclusão de uma nova linha traz argumentamos para rever muitas das abundâncias absolutas de Berílio obtidas em outras estrelas.

“Esta medida da abundância de Berílio  tem relação com o engolimento de planetas por estrelas, entre outras causas físicas. A questão das medidas de Berílio no Sol está longe de ser  completamente resolvida e nosso estudo aponta para novas direções”, comenta o professor José Dias do Nascimento Jr., Astrofísico do Departamento de Física da UFRN e um dos autores do estudo.

Em artigo foi publicado no ultimo dia 25 de Setembro de 2018 na prestigiosa revista ‘The Astrophysical Journal’, que é classifica como qualis A1 pela CAPES. Os autores apontam para várias linhas  cientificas que devem fazer parte agora das pesquisas do grupo na UFRN. O trabalho destes quatro astrônomos mostra a importância do estudo espectroscópico das abundancias das estrelas gigantes no sentido de entender a própria história química do Sol.  O comportamento inesperado de certas linhas espectrais pode revelar no futuro próximo algo surpreendente, como por exemplo o processo pelo qual a estrela está sendo enriquecidas quimicamente por seus planetas engolidos ao longo da vida  e modificando a sua evolução química. 


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